Integrando Brinquedos Pedagógicos com o JabutiEdu

Meu nome é Marcos Josife de Medeiros Baluth e, com gratidão, prazer e honra inicio minhas atividades integradas ao grupo JabutiEdu.  Aos que não puderam assistir minha palestra no FISL16 e que ainda não entenderam qual é o objetivo da integração com o “JabutiEdu”, já que produzimos brinquedos pedagógicos, jogos e desafios lógicos em madeira, vou tentar resumir o processo e os objetivos.

Venho da área da informática/matemática/física. Meus pais produziam brinquedos e tive o privilégio de ter um pai que lecionava matemática computacional.

Objeto de meu estudos “Latu Sensu”, o desenvolvimento lógico se completa e concretiza hoje agregando características tecnológicas, integrando “brinquedos de ontem” com o que há de mais inovador quando o assunto é desenvolvimento de crianças, jovens e adultos, com ou sem necessidades diferenciadas, por isso a ligação que mantemos com entidades de psicopedagogia clínica e institucional, psicologia escolar e educacional e demais envolvimentos, buscando sempre referências de como suprir as questões envolvidas na etapa pós-operacional (segundo Maria Montessori e Piaget).

Acompanhando estudos de neurocientistas em suas pesquisas sobre aspectos do desenvolvimento cerebral, que postulam que há muito mais a se descobrir sobre o cérebro humano, fonte universal do desenvolvimento viso-sensório-motor, que integra e opera as mais diversas reações bio-físico-químicas, permitindo hoje observar detalhadamente o desenvolvimento do córtex e o funcionamento das sinapses e quando e como acontecem problemas. Ainda há muito há descobrir.

Por isso, há anos venho buscando ferramentas de desenvolvimento lógico e integração às mais diversas áreas do conhecimento, por isso me mantive (e me mantenho) conectado e integrado ao meio científico, observando os rumos e avanços na tecnologia e da educação e participando de alguns projetos de extensão universitários, montando um grande quebra-cabeças chamado “Sistema Educacional Tecno-Inclusivo”, que hoje encontra-se em uma posição secundária de desenvolvimento, embora seja agente de ponta em questões de inovação, mesmo com todos os aportes de governo e instituições, que também procuram meios para melhorar sistema produtivo, e desta forma, propiciar ajustes significativos nas questões de fomento de geração de emprego e renda e, o principal, propiciar melhorias ao desenvolvimento escolar.

Mas há um ponto que muito têm-se discutido no meio e que pouco há de realidade. Utilizar brinquedos pedagógicos produzem os resultados significativos no desenvolvimento, e isto é concreto. A tecnologia hoje presente foi visualizada e apresentada em filmes de ficção científica há mais de 20 anos. E a ficção torna-se realidade e as crianças do século XXI já nascem em meio ao excesso e tecnologia e informações, e por muitas vezes, em substituição do brincar, do lúdico, do salutar ao desenvolvimento completo da criança, nos sentidos físico e mental.

Esta integração, que agora iniciada, ao “JabutiEdu” completa um ciclo de pesquisas de ferramentas de desenvolvimento que podem ser aplicadas em sala de aula para um melhor desenvolvimento de nossos alunos, levando em consideração a utilização do contra-turno e o processo inclusivo escolar atual.

Utilizando os brinquedos pedagógicos, jogos e desafios desenvolve-se habilidades viso-sensório-motoras já vislumbradas por “n” pesquisadores. Agora, agregar ao desenvolvimento processos de elaboração e construção de rotinas (conceitos básicos de programação) e que estarão fora do computador, pois o “JabutiEdu” executará a sequência de comandos conforme foi instruída ou programada por crianças a partir de 3 anos.

Utilizando o “JabutiEdu”, põe-se auxiliar as crianças a obter melhoras no desenvolvimento físico, pois elas, instruídas em sala de aula, reproduzirão seus comandos, tornando possível a observação de orientação espacial, lateralidade, coordenação motora ampla e realização de movimentos. Ao mesmo tempo, estas mesmas crianças, brincam com brinquedos pedagógicos, brincam de faz-de-conta, contam e ouvem estórias e podem ainda incorporar e transformar o “JabutiEdu” em personagem da estória.

A noção de comandos (princípio da programação), ao meu ponto e vista, pode ser apresentada a partir e quatro anos, quando elas já estão envolvidas com a questão de seriação e sequências.

Aos cinco/seis anos, a criança compreende o mundo ao redor, já possui o reconhecimento de que é parte integrante do meio e quer colaborar. Por isso, uma sugestão é utilização do “JabutiEdu” para auxiliar nas questões de Educação de Trânsito Infantil, onde elas não consideram os movimentos como comandos de um carrinho de controle remoto, mas sim, colocando-se como motoristas e pedestres, “programado” pequenas sequências de movimentos e observando os resultados..

A partir dos 7 anos, quando a criança completa o ciclo operacional, ela conseguirá compreender as noções de questões do se/então/senão e, aos 8 anos, comandos de repetição.

Nesta sequencia dos 5 aos 7 anos, normalmente as crianças estão em processo de alfabetização e reconhecimento e interpretação numérica.

Aos 9 anos, as crianças absorvem rapidamente como funciona um banco de dados (inclusão/alteração/exclusão) e aos 10 anos, as crianças que utilizam brinquedos pedagógicos e o “JabutiEdu” estarão aptas a escrever o seu primeiro programa de cadastramento de dados. E daí por diante, o desenvolvimento só tende a ampliar com elas aprendendo uma linguagem de programação direta e visual (o próprio Phyton possui ambiente estruturado para isso).

Isso tudo sendo postulado sem ainda saber quais são os aplicativos educativos (além do LOGO – que envolve o desenvolvimento de pequenos programas de movimento de uma pequena “Turtle” na tela do computador que agora sai da tela e apresenta-se como um objeto real e concreto e esta é um das funções do brinquedo pedagógico. Transformar o conhecimento abstrato em um conhecimento concreto.

E a questão dos jogos lógicos de tabuleiro? As crianças começam a elaborar estratégias de jogo aproximadamente a partir dos 5 anos. Jogos simples de movimento e bloqueio. Aos poucos incrementa-se a dificuldade, agora exigindo a habilidade do raciocínio, do pensar, passando para os jogos de alinhamento e depois para caça e captura. Estes três tipos e jogos (bloqueio, alinhamento e caça) propiciam o desenvolvimento para a iniciação em jogos estratégicos e, o mais legal disto, é que podem ser jogados por qualquer pessoa, em qualquer lugar, então, porque não integrá-los ao “JabutiEdu”, tornando o “Jabuti” um colaborador e/ou adversário de jogos? As questões envolvidas nestes três tipos de jogos, abre as possibilidades para que os jovens possam pensar e repensar sobre vários caminhos para executar uma mesma ação ou como resolver um problema, abrindo o leque de possibilidades de programação , neste sentido, alguns desafios podem estar presentes, em forma física, como os puzzles tipo encaixe as peças (tabuleiro e cubos de montagem) que possuem milhares de possibilidades de montagem.

Para a garotada a partir dos 10 ou 12 anos, pode-se ainda abrir conceitos de eletrônica básica, montagem de estruturas passo-a-passo (sequências, seriação, puzzles sequenciais, estruturas bi e tridimensionais).

E, a partir dos 15 ou 16 anos, exploração básica e intermediária dos softwares livres e seus principais conceitos, como o compartilhamento do conhecimento distribuído, construindo cidadãos responsáveis e completamente integrados ao processo tecnológico e que possuirão habilidades de desenvolvimento lógico diferenciadas, pois nesta etapa do desenvolvimento, pode-se ainda aplicar a questão dos desafios tridimensionais de desmontar/montar (visualização, análise e resolução de problemas tridimensionais), considerando a visualização de objetos reais, como as construções robóticas, permitindo desta forma, a construção e algoritmos complexos.

E, completando o processo, este aluno entra na universidade e produz conhecimento científico compartilhado e distribuído. E assim caminha a Educação, construindo, desconstruindo e se auto-reconstruindo…

Na matemática, é possível evoluir o “JabutiEdu” desde o estudo da construção das formas gométricas (utilizando o “JabutiEdu” para rabiscar um espaço definido) e avançando para o estudo da Geometria Analítica e, porque não, da Trigonometria, e consolidá-lo para o estudo dos Movimentos Uniformes na Física e ampliar ainda o leque para as questões mecânica (estudo dos movimentos uniformes constantes, retilíneos, curvos, subidas e descidas, sem levar em consideração o atrito, pois é movimentado por motores de força constante comandada pelo usuário (pode-se pensar em velocidade variada, para o estudo da aceleração???)), eletrônica (placas, circuitos, chips, baterias, etc…), integrações tecnológicas de conectividade e almejando um futuro não muito distante, a construção de hologramas (e por que não?)….

Há toda uma infinidade de aplicações do “JabutiEdu” em sala de aula que quase esqueço de colocar as questões de psicopedagogia clínica e institucional e, neste quesito, há questões preponderantes de dificuldades de aprendizagem, dificuldades de comunicação. É um foco a ser desenvolvido como estudo digno de Tese Universitária. A utilização do “JabutiEdu” como ferramenta de aproximação e desenvolvimento de habilidades em autistas e o desenvolvimento e pessoas com atraso mental e tantos outros temas a serem discutidos com os profissionais da área específica de desenvolvimento.

Logo colocarei um post sobre os programas educativos que já estão integrados ao ambiente “JabutiEdu” em sua distribuição GNU/Linux.

“JabutiEdu”… mais que um brinquedo, mais que um robô… é uma ferramenta de desenvolvimento educacional completa… que conecta, integra e desenvolve!!!.

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